MET Gala

Todos os anos, tradicionalmente na primeira segunda-feira de maio, estrelas de Hollywood, ícones da cultura pop, estilistas, designers e fashionistas se encontram em um dos museus mais importantes do mundo. Em um evento mega exclusivo, eles desfilam os looks mais extravagantes - de acordo com o tema de cada ano -  a fim de angariar fundos para o departamento de moda da instituição. O fenômeno é conhecido como o maior baile de moda e está para o mundo fashion assim como  o Oscar para a indústria cinematográfica.

Claro, estamos falando do Met Gala! O evento anual é um fenômeno fashionista e marca a abertura da exposição de moda do Museu Metropolitano de Arte de Nova York. Ou apenas Met, para os íntimos.

A Origem
Tudo começou em 1948, época em que o Met já reunia cerca de 8000 itens de vestuário e acessórios no Costume Institute, em seu departamento de moda, mas não tinha verba suficiente para se manter. Foi então que Eleanor Lambert, que tocava as relações públicas do museu, decidiu convidar os nomes mais influentes na alta sociedade nova-iorquina para  angariar fundos para o Costume Institute.

O Met Gala, até então, acontecia em dezembro e não tinha um lugar fixo, os convidados se reuniam a cada ano em um lugar diferente de Manhattan.

A Virada
O momento-chave para o baile tomar a forma do Met Gala como conhecemos hoje foi com a chegada de Diana Vreeland, célebre editora-chefe da Vogue à época, que passou a prestar consultoria ao Costume Institute. Vreeland manteve o caráter beneficente do evento, mas conseguiu transformá-lo em uma verdadeira festa. 

Ela expandiu a lista de convidados com nomes influentes de diversos nichos além do mundo da moda. Na época, marcaram presença Elizabeth Taylor, Diana Ross, Elton John, Cher, Andy Warhol, Jackie Kennedy Onassis e Bianca Jagger, entre outros. O baile foi transferido oficialmente para as dependências do Museu Metropolitano de Arte de Nova York e passou a contar com temas, de acordo com as exposições de moda que eram inauguradas em seguida no Museu Metropolitano de Nova York.

O Met Gala foi elevado de patamar, se aproximou da cultura pop e atraiu cada vez mais publicidade e cobertura da imprensa.

A Era Wintour
Desde 1995, a curadoria do Costume Institute está sob responsabilidade da poderosa editora-chefe da Vogue estadunidense Anna Wintour. E, desde o início dos anos 2000, o Met Gala se tornou cada vez mais extravagante. 

No último ano, por exemplo, quando o tema foi In America: an Anthology of Fashion, os looks buscaram resgatar a era de ouro dos Estados Unidos. A atriz Blake Lively ousou no tapete vermelho com um vestido assinado pela Versace e inspirado na Estátua da Liberdade.

Rihanna é outra artista que nunca deixa passar em branco sua aparição no Met Gala. Em 2015, ostentou um deslumbrante vestido amarelo cuja cauda arredondada ocupava quase toda a escadaria do museu. O look, assinado por Guo Pei, tinha tudo a ver com o tema da noite, China: Through The Looking Glass.

Na sua icônica aparição em 2019, quando o tema era o estilo camp, Lady Gaga deixou o público boquiaberto com uma entrada performática: ela usou quatro looks que iam desmontando e se revelando ao longo da passarela.

Sob o comando de Wintour, é elaborada uma lista de 400 nomes que podem ou não marcar presença no evento. A curadoria dos convidados atraiu atenção do público que passou a acompanhar o baile em tempo real via redes sociais e comentando as escolhas estéticas exuberantes no tapete vermelho.

A ideia da festa beneficente permanece até hoje - e com muito sucesso! Atualmente, a coleção do Costume Institute engloba mais de 33 mil peças de vestuário e acessórios femininos, masculinos e infantis desde o século XV até os dias atuais! Uau!

E em 2023…
Assim como em edições anteriores, em que o Met Gala homenageou designers e estilistas como Rei Kawakubo, em 2017, e Alexander McQueen, em 2011, o baile deste ano tem como tema Karl Lagerfeld: a line of Beauty, prestando homenagem ao designer alemão falecido em 2019. Karl Lagerfeld era conhecido por seu estilo inovador e ousado e acreditava que as roupas de grife não deveriam se limitar para ocasiões formais.

A expectativa é que o tapete vermelho de 2023 se preencha com peças de Chanel, Fendi e Chloé, grifes que Lagerfeld foi diretor criativo. Também são esperadas referências ao próprio estilo de Karl: camisa social branca, outfits preto e branco, pingentes na gravata, luva de couro e, claro, os emblemáticos óculos escuros.

No entanto, o Met Gala não cansa de surpreender seus espectadores e podemos nos deparar com surpresas impensáveis. Sendo muito mais que um desfile, mas um acontecimento no universo da moda, o baile se tornou um espaço fértil para a mente de designers e estilistas.